The Girl Who Died - Review

20-10-2015 15:32

Esta nova temporada ainda não teve um episódio mau. Vamos no quinto episódio e as coisas têm aparecido bem pensadas e especialmente interessantes.

Achei curioso que num momento em que muita gente quer ver a Clara pelas costas já temos dois episódios a começar com a moça nalgum tipo de situação precária. Da primeira vez estava só de cabeça para baixo, com a Missy a ser brilhante ao lado dela – e provavelmente a planear qual a melhor maneira de a enfiar num Dalek e fazer com que o Doctor a matasse, mas pormenores. Desta vez está perdida no espaço, por motivos, e o Doctor está com algumas dificuldades para a ir buscar. Acho que alguém está a gozar ligeiramente com os fãs, mas pronto.

Vikings!!!

 

 

Vikings com comportamento viking a enfrentar o Doctor! Brilhante! Melhor só a jogada do Doctor para intimidar alguém ao por uns óculos de Sol. O acto simples de agarrar nos óculos e parti-los ao meio foi daquelas coisas que nos parece quase um sacrilégio e que se pensarmos bem até faz bastante sentido. Uns óculos de Sol são fáceis de estragas, o Doctor devia ter pensado nisso! Mas quererá isto dizer que deram ouvidos às petições e hashtags que se espalharam pela internet para trazer a Sonic Screwdriver de volta? No próximo episódio pode ser que tenhamos mais desenvolvimentos.

 

 

Mas bem, são levados para a aldeia Viking e quem é que por lá anda? Maisie Williams! O nome tão falado para esta temporada já apareceu! Uma moça que, não posso deixar de notar, tem algumas parecenças, não apenas físicas, com a pequena Arya Stark. Pespineta, estranha, diferente do habitual e com mais língua que cérebro.

 

 

Mas claro que para não perder o protagonismo o Doctor tem de arranjar qualquer coisa, desta vez: Odin! A prova de que o Doctor é Odin? Tem um ioiô. Nem sempre as ideias do Doctor são as melhores, e se precisávamos de provas…

Mas como que por magia um outro “Odin” junta-se ao enquadramento, mas este vinha mais preparado. Em vez de um ioiô aparece nas nuvens, mesmo com ar de Deus. Claro que aqui os Vikings tiveram a tarefa facilitada para quem é que haviam de ouvir. 

 

 

Este novo Odin leva todos os grandes guerreiros para a sua nave para uma reunião. No scan que fez à aldeia viu uma metade dos óculos do Doctor e então levou a pequena Ashildr (Maisie) e a Clara. Primeiro ponto: o Doctor está fortemente dependente da Clara e já não faz nada sem ela, isto anda crítico. A Clara desaparece e o mundo pode acabar mas ele tem de a ir buscar. Anda mais claramente extremista do que era habitual, digamos.

Ponto importante: coisas estranhas seguem na frase a seguir. O Odin das nuvens recolhia os grandes guerreiros para lhes tirar a testosterona, beber e tornar-se assim num grande guerreiro. Eu não sei o que é que Steven Moffat anda a fazer na vida mas estas ideias andam especialmente estranhas, mesmo para ele! Primeiro gosma Dalek que são Daleks, agora matar pessoas para lhes beber a testosterona…

 

 

Os maiores lutadores da aldeia estavam mortos mas a honra Viking obrigava a uma luta por eles, a não deixar passar a morte dos que lhe pertencem e simplesmente fugir. Portanto, ensinar agricultores a combater para enfrentar uns dos maiores guerreiros da galáxia. Não fosse o Doctor falar bebé e a Ashildr ser realmente uma criança especial, e isto tinha corrido muito, muito mal.

Arrancar capacetes às criaturas estranhas que acompanhavam o “Odin” e revelar muitos mais dentes do que aqueles que gostava de ter visto, ou “Reverse the Polarity of the Neutron Flow” mais porque soa bem do que propriamente por saber o que anda a fazer e as coisas fazem-se. Juntam-se enguias – sim, enguias – e o poder da imaginação e criaram-se condições para mais uma vitória no reportório do Doctor. O único problema é que no fim da guerra ganha, no fim de tudo, a pessoa mais importante para a vitória estava perdida.

 

 

Agora, ver Doctor Who é sempre um carrossel, tudo pode acontecer e já vamos estando vacinados para as coisas que nos vão aparecendo à frente. Ou talvez não…

Um dos pontos que nos podíamos perguntar até aqui era a história da cara do Doctor ser conhecida, ele próprio o reconheceu e até ele ficou confuso, quanto mais nós! E foi aqui que ele se lembrou, depois de ver morrer mais uma pessoa, de ter mais um nome na lista dos que não conseguiu salvar. Esta cara estava ali para o lembrar de algo importante: que ele tinha de fazer de tudo para salvar as pessoas à volta dele.

Para que isto não fosse um momento sem lágrimas fizeram-nos o favor de mostrar David Tennant, o nosso Tenth Doctor, com a Donna lavada em lágrimas, no fim do episódio “The Fires of Pompeii” a pedir-lhe para salvar alguém! Não estava a contar de ver essas duas caras neste episódio, ainda por cima uma Donna num sofrimento terrível e um Doctor especialmente frustrado com a situação presente. Tennant e Tate a chorar, ou quase, é daquelas coisas que não nos deviam fazer, é demasiado para o nosso coração Whovian.

 

 

A cara de Capaldi foi o rosto da desolação de todo aquele povo, foi a cara da frente num momento em que todos podiam ter morrido mas ainda se salvaram alguns. Esse símbolo perpetuou-se, e vai continuar, veremos por quanto tempo, a saltar em espaço e tempo, a salvar pessoas, sem se poder esquecer de que é esse o seu propósito.

Por isso Ashildr tinha de ser salva, custasse o que fosse. Uma espécie de chip absorvido pela testa que repara os danos no corpo da pequena, e ficará a reparar para sempre! Mais uma imortal para se juntar ao Jack, foi a primeira coisa que me lembrei. E depois o Doctor fez uma coisa interessante: deixou um outro chip, igual, para ser guardado e ser usado nalguém cuja perda possa ser demasiado pesada para um imortal. Acho que qualquer pessoa que acompanhe DW sentiu ali um friozinho!

 

 

Isto anda a ficar complicado em sentimentos, e este episódio se teve alguns pontos fortes também me cheirou muito a introdução para abrir portas a um episódio com todo o potencial, que será o próximo.

Estes episódios bipartidos têm funcionado bem, e embora este, ao contrário dos anteriores, não tenha acabado num cliffhanger terrível que nos massacra toda a semana, pode muito bem ter aberto portas interessantes para a próxima semana.

Mas a Maisie/Ashildr volta para a semana, a mascarada que tanto nos apareceu à frente nos teasers todos. O que é que se vai passar? Ideias?

Artigo da autoria de Júlia Pinheiro, membro da equipa Whoniverso