The Magician's Apprentice - Review

22-09-2015 20:00

Eu vou fazer um esforço consciente para começar este texto de forma calma e pouco eufórica!

Primeiro ponto: Doctor Who voltou! Tantos meses à espera, tanta expectativa e saudade e já cá está! O primeiro episódio já saiu e Whovian que é Whovian viu no próprio dia - ou assim que pode, vá!

Segundo ponto: se todos quantos viram o episódio sentiram o mesmo que eu, então o Moffat está no bom caminho para ser perdoado e poder continuar mais uns tempos a escrever isto. Este episódio foi, de longe, genial! Foi dos melhores que já vi de Doctor Who. Interessante, cheio de acção, misterioso, com um ritmo brutal e com alguns dos plot twists mais curiosos dos últimos tempos.

Antes de mais: Missy! Não havia grandes dúvidas, desde que ela apareceu, que tinha de ser bem aproveitada: está aqui uma das melhores personagens de Doctor Who. É divertida e assustadora ao mesmo tempo! Aliás, um dos momentos que mais gostei no episódio foi a frieza e indiferença com que mata duas pessoas só para mostrar que não se virou para o “lado do bem”. É tão má e tão fascinante em simultâneo que nem sabemos bem para que lado nos virar, apenas conseguimos ver o brilhante que é a personagem!

Mais a mais foram especialmente espertos ao formar a dupla Clara – Missy! Não há quem diga mal da Missy, é uma personagem perfeita a vários níveis! Já a Clara tem de tudo: os fãs acérrimos, os que nunca lhe acharam piada, e muitos, mesmo mesmo muitos, que já querem que dê o lugar ao próximo. Foi giro, mas precisamos de sangue novo (e nisto já temos confirmação de que ela vai mesmo para outras paragens, por isso). Juntar estas duas personagens tão diferentes resultou muito bem mas sem dúvida que é o Doctor que faz toda a diferença.

Com o Doctor começamos logo com uma daquelas situações típicas de espanto generalisado pelo nível de estranho e fantástico que só ele consegue atingir: entrar numa arena, de óculos escuros, a tocar guitarra eléctrica, em cima de um tanque! Cena história, super engraçada e que para entrar a matar funciona às mil maravilhas.

Não se se houve ou não muita gente a reparar nos dotes de flirt deste Doctor de Capaldi, a tocar a ao de leve um “Pretty Woman”, basta saber se para a Clara ou para a Missy...

E é o mote para um episódio fantástico, que nos traz de volta velhos amigos e situações complicadas como as viagens no tempo, em específico, a bordo da TARDIS, conseguem ser.

O Doctor com a Missy perde-se, é uma relação de amor-ódio que dá vontade de ter uma série só disso! É demasiado bom para se perder!

Revemos Davros, o criador dos Dalek, voltamos a Skaro, revivemos aluns dos momentos que muitos não lembrarão de episódios antigos e no fim é num instante que os quarenta e cinco minutos passaram, sem sequer darmos por eles.

Pior, apanham-nos desprevenidos com a Missy a ser porreira e a roubar atenções no meio de saltinhos aleatórios que só nela conseguem maravilhosos!  De um momento para o outro apanharmo-nos em Skaro é um choque que vem assim de forma repentina mas que depois é tão engraçado de se ver. Tantos Dalek, a Missy a fazer coceguinhas a um Dalek... Bons momentos de uma série!

A aposta em detalhes antigos é uma coisa muito presente neste Décimo Segundo Doctor mas ainda bem! Faz-nos lembrar constantemente de que estamos a ver alguma coisa que tem por base uma construção sólida com muita coisa, dá-nos vontade de conhecer mais para ssimilar os detalhes mais infimos que nos aparecem. Com Capaldi tem-se notado muito isso e aqui não foi excepção.

E não me venham dizer que o episódio foi mau, ou sequer diminuido, pelo facto de irem buscar coisas antigas! Isso é uma coisa óptima, se não aproveitarem a história da série é que não estão a fazer o trabalho deles de forma devida. Até porque brincar com estas coisas pode trazer inimigos antigos, histórias antigas, pontas soltas que podem atar, e tantas outras coisas que são uma mais valia para a série.

 

Rever a UNIT é sempre um ponto agradável – embora bata aquele sentimento de vontade de ver a Osgood! – até porque a Kate é uma personagem que se torna muito querida do público. E não podemos esquecer que é fascinante ver os meios que eles têm de ver e saber as coisas mesmo debaixo dos nossos narizes. Até têm o Doctor em linha directa!

Isto acabar com o Doctor num momento muito brusco e repentino com umabatedeira de Dalek apontada a uma criança é que se torna no mínimo forte. Mas pior que isso: não é maneira de nos deixar pendurados durante uma semana! Isto assim vai ser terrível. Cativa-nos que é uma maravilha até à semana seguinte mas ficamos à beira do precipício e mais, as expectativas para o episódio segunte são terríveis.

Isto pode funcionar bem ou mal, porque já tivemos o exemplo do Death in Heaven e do Dark Waters que sofreu muito disto. Um primeiro episódio fantástico e um segundo episódio que deixa muito a desejar! Mas vamos acreditar que nada disso vai acontecer desta vez. Temos toda uma temporada à nossa frente. Muitos minutos por descobrir e muitas histórias que nos vão deixar ainda mais agarrados a este mundo.

 

Artigo da autoria de Júlia Pinheiro, membro da equipa Whoniverso