Mais uma regeneração...

30-09-2014 19:37

As regenerações ja não são novidade para o mundo de Doctor Who. Mesmo quem só acompanha as temporadas recentes já tem pelo menos 3 para contar. Nós temos de nos adaptar e a série não tem outro remédio senão fazer o mesmo.

Se a transformação Eccleston - Tennant foi problemática e obrigou a um repouso absoluto do novo corpo, a transformação Tennant - Smith foi imensamente triste (aquele "I don't want to go!") seguido de uma das cenas mais divertidas e emblemáticas da série com os testes culinários da pequena Amelia Pond com as novas papilas gustativas do Doctor. São sempre momentos intensos, vemos alguém pura e simplesmente mudar de corpo, e por um lado abandonar por completo uma parte de si.

Esta última, Smith - Cappaldi, foi muito bem caracterizada como um autêntico espirro! Num momento estamos a rever a Amy, há tanto para trás, e há um mega flash e BOOM! Meet Capaldi!

Mas o pós-regeneração, que são sempre períodos interessantes desta vez foi curioso. Depois de uma mudança tão brusca o tipo de reacção pareceu-me um dejá vu: a necessidade de recuperar de uma regeneração com deficiencias - veremos até que ponto - fez-me lembrar a primeira aparição do Tennant. Também na reacção da Clara notei semelhanças com aquilo que vimos na Rose. Embora as companions saibam do que se passa com o corpo de um Time Lord ter uma mudança completa de visual numa pessoa que conhecem bem, que lhes mudou a vida 180º e que é sempre um porto de abrigo deve ser complicado de lidar! A descrença, a necessidade de voltar atrás, de ter de volta o "seu Doctor" é mais forte do que toda a possível racionalização que possa ser feita.

Mas quando temos o Doctor a empurrar a Clara contra a parede, pede-lhe que o veja, a ele como sempre o viu e ela infelizmente sem o conseguir está brilhante - e muitas palmas para a representação de Capaldi. Se bem que mais uma vez o meu coração, e com ele imagino que muitos, saltou quando toca o telemóvel e ouvimos uma voz bem conhecida! Eu fiquei agarrada e literalmente de boca aberta, um toque de génio que aproveita muito bem as "brincadeiras" permitidas quando se viaja pelo tempo como se fosse um carrossel.

Foi o empurrão final, aquilo que realmente abriu os olhos não só da tão assustada Clara mas também de muita gente que não conseguia ver o novo Doctor como adequado no papel. Já foram 12 e todos fizeram um óptimo trabalho. Pelo aspecto dos primeiros episódios desta nova temporada temos um 13º que não nos vai desiludir.

Artigo da autoria da colaboradora externa Júlia Pinheiro