O que esperar da nona temporada?

16-08-2015 11:52

Já sabemos que começa a 19 de Setembro, mas e mais? A primeira indicação que os trailers dão é que vai ser uma série definitivamente mais negra e pesada. Muitas da cenas apresentadas encaixavam perfeitamente em qualquer trailer de um filme/série de terror. O que pode ser bom, tendo em conta que temos em Capaldi um Twelfth Doctor mais negro e antipático do que os seus antecessores. É a melhor oportunidade para se fazer uma temporada mais agressiva desde que Eccleston deixou o papel.

A equipa do programa também já revelou várias coisas, como a existência de vários two-parters, que costumam originar episódios fantásticos e que tiveram um bom representante no final da oitava temporada, em Dark Water/Death in Heaven.

O regresso de Missy, logo nos primeiros episódios, é no mínimo surpreendente, mas não completamente inesperado. O regresso de Kate Stewart, acompanhada da UNIT, era óbvio. Já o regresso de Osgood surpreendeu muitos fãs, eu acho que só vai acontecer porque os fãs assim o querem. Osgood é uma personagem interessante e que consegue simbolizar os fãs do programa como poucas personagens conseguem, já para não falar de que era adorkable, no melhor sentido possível da palavra. A morte dela foi vista por muitos como desnecessária, embora a mim não me tenha feito espécie. Gostava que ela não tivesse morrido, mas foi uma morte que fez sentido, por muito que tenha servido apenas para cimentar a Missy como completamente louca e perigosa.

Mas há regressos que me têm deixado mais intrigado, e que parecem estar a passar despercebidos: Rigsby, de Flatline, e Ohila, de The Night of the Doctor. Não vejo qualquer motivo para que uma personagem de Flatline esteja a aparecer novamente, e vejo demasiados motivos para que a Sisterhood of Karn regresse.

Quem sabe, pode ser que Rigsby me surpreenda. E embora não haja nenhuma indicação disso, talvez venha a substituir Clara como companion, o que, isso sim, podia ser muito interessante, apesar de continuar a preferir um alien qualquer. Já Ohila e a Sisterhood of Karn levantam muitas questões: vamos ver mais algum pedaço da Time War? Vamos ver como é que o Master se tornou na Missy? Será que o Doctor lhes ficou a dever alguma coisa, por o terem feito regenerar no War Doctor? Ou será algo completamente novo? Em Setembro descobrimos.

E as novidades não acabam por aqui, antes pelo contrário! Entre os muitos convidados especiais, destaca-se Maisie Williams, a Arya de Game of Thrones, a aparecer em dois episódios completamente diferentes, que não são oficialmente um two-parter, apesar dos títulos sugestivos The Girl Who Died e The Woman Who Lived. Os trailers também deixam bem claro que vai ser uma personagem intrigante e muito possivelmente diferente de todas as que já vimos. A especulação, como é óbvia, é muita, desde dizer que ela é a Rani, uma versão mais nova da Clara, e até uma nova regeneração da Susan, a neta do Doctor que acompanhou a sua primeira encarnação.

Por enquanto nada se sabe, e a especulação vai continuar a existir em força. A minha aposta é que todas as teorias estão erradas, que o Moffat é especialista em contar histórias retorcidas, mas a ver vamos. Da última vez que houve algo assim, com a Missy, conseguiu enganar toda a gente e desviar as atenções do óbvio de tal forma, que a revelação, semi-esperada, se tornou surpreendente!

No entanto, se há algo que também me tem interessado bastante nos trailers são os monstros, os aliens desta temporada. Todos muito bem feitos (excepto o dragão com CGI fraquinha, mas hey, um dragão em Doctor Who, estou rendido), ora assustadores ora perturbadores, e vários a indicar conceitos fascinantes, como as várias figuras fantasmagóricas de órbitas vazias que já apareceram.

Há também várias imagens de Daleks de várias eras a conviverem de alguma forma, o que não deixa de ser intrigante. Já sabemos que vamos passar por Skaro, e até já vimos uma citadela Dalek, mas que motivo pode haver para se reunirem várias gerações de Daleks?

E ainda falta aquilo que se sabe que vai acontecer mas que ainda não tem pistas (que se saiba) nos trailers. O regresso a Pompeia e o regresso de Gallifrey. Com Russel T. Davies e David Tennant a serem vistos perto da zona das filmagens, era fantástico ver um regresso ao cenário de The Fires of Pompeii, episódio da quarta temporada, com David Tennant e Catherine Tate e... Peter Capaldi.

Quando foi revelado como Doctor, começaram logo a aparecer as questões sobre o facto de o actor já ter aparecido na série, em papéis proeminentes (além do que já mencionei, foi também John Frobisher, na terceira temporada de Torchwood, e tem um papel muito importante), e o próprio Moffat sempre deu a entender que era intencional, e que havia um plano delineado há muito tempo. Todos sabemos que o Moffat mente, e muito, mas logo em Deep Breath houve uma pequena achega ao assunto, e diz-se que o assunto vai ser melhor explorado nesta temporada.

Já o regresso de Gallifrey é um assunto mais complexo. Tenho as minhas dúvidas que seja de facto descoberto, mas não duvido minimamente de que se vai voltar a falar no assunto. Talvez o cliffhanger muito prometido por Moffat esteja relacionado com Gallifrey. Agora, se tenho muita confiança em algo é que Gallifrey vai voltar com Capaldi no papel. O actor já revelou ser um apaixonado fã da série, desde muito jovem, e o seu conhecimento da série clássica é testemunha disso mesmo. Graças a isso, o seu Doctor tem sido muito reminiscente de encarnações anteriores: uma personalidade a fazer lembrar o First e o Fourth, roupas a fazer lembrar o Third e depois o Second, e um desenvolvimento a fazer lembrar aquele que era suposto ter acontecido com o Sixth. E também combateu com os vilões mais clássicos, Daleks e Cybermen, e pelo menos os primeiros foram a pedido do actor, diz-se.

Parece-me que seria idiota não aproveitar este aficcionado, que se tem revelado excelente no papel, para trazer de volta o planeta que se perdeu com o regresso da série. Acho que nem o próprio deixava, e cheira-me que nada o deixaria mais satisfeito consigo próprio.

Como podem ver, espera-se muita coisa, sabe-se muita coisa, e ainda falta saber muita coisa. O potencial é muito, e a confiança, pelo menos da minha parte, também é muita. Acho que desde que Russel T. Davies esteve ao comando da primeira temporada, com Eccleston, que a série não sabia tão bem o que andava a fazer. Apesar de já estar um bocadinho farto de Moffat, e embora ele tenha arruinado ligeiramente o final da oitava temporada, acho que também se redimiu um pouco, e portanto estou disposto a dar-lhe o benefício da dúvida para mais uma temporada. Mas e vocês, o que esperam?

 

Artigo da autoria de Rui Bastos, membro da equipa Whoniverso